Avaliação bimestral, com a recuperação prevista na reformulação
elaborada pelo Governo do Estado, tem recebido apoio da rede estadual
e trará resultados positivos
Os resultados de 2010 do Saresp (Sistema de
Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) e do Idesp
(Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo, que combina os
resultados de Matemática e Língua Portuguesa do Saresp com dados de
aprovação, reprovação ou abandono) mostram que o Governo do Estado de
São Paulo está no caminho certo com sua proposta de Reorganização do
Ensino Fundamental e Médio.
Os dados do ano passado mantiveram tendência
de melhora para a 5º ano do Ensino Fundamental, mas mostraram recuo para
o 9º ano, da mesma forma que para o Ensino Médio. Esses resultados
ressaltam a necessidade, além de outras iniciativas do Governo do Estado
para a melhoria da Educação – entre elas a contratação de mais 25 mil
professores –, da Avaliação Bimestral, prevista na Reorganização do
Ensino Fundamental e Médio, que tem apoio do Governador Geraldo Alckmin e
está sendo discutida pelo Secretário de Estado da Educação, professor
Herman Voorwald, com representantes da rede estadual em reuniões
regionais.
Resultados
O Idesp do 5º ano do Ensino Fundamental subiu
de 3,86 para 3,96 em relação a 2009, refletindo o crescimento, no
Saresp, de 201,4 pontos na escala de proficiência para 204,6 em
Matemática. O resultado em Língua Portuguesa se manteve em 190,4 pontos.
“Esse desempenho mostra que os esforços
realizados na alfabetização das crianças nos anos iniciais estão dando
resultados”, diz o professor Herman Voorwald. “Isso faz prever uma
progressão escolar melhor no futuro, pois as crianças estão mais
preparadas para o aprendizado”, conclui o secretário.
No 9º ano do Ensino Fundamental, o Idesp
recuou de 2,84 no ano anterior para 2,52 em função da queda, no Saresp,
das avaliações de Matemática (de 251,5 em 2009 para 243,3 em 2010) e de
Língua Portuguesa (de 236,3 para 229,2 pontos). No Ensino Médio, o recuo
do Idesp no mesmo período foi de 1,98 para 1,81 devido à diminuição em
Língua Portuguesa de 274,6 pontos para 265,7 e à oscilação em Matemática
de 269,4 para 269,2 pontos.
“Esses dados reforçam as conclusões que têm
sido feitas a partir do amplo acervo de estudos e pesquisas realizadas
nos últimos anos sobre a progressão continuada. Esse modelo foi
fundamental para reduzir a evasão escolar e assegurar a universalização
do ensino, mas foram necessárias ações voltadas para a melhoria da
qualidade, como as que foram implantadas pelo Estado a partir de 2008”,
diz Voorwald. “Agora, além de medidas para a ampliação do quadro de
docentes efetivos, como a recente decisão do Governador Geraldo Alckmin
de contratar mais 25 mil professores, é necessário aperfeiçoar o modelo
da progressão continuada”, afirma o professor.
Avaliação Bimestral
Baseada na avaliação bimestral aplicada ao
final de cada bimestre letivo, a recuperação do aprendizado é uma das
principais inovações da Reorganização do Ensino Fundamental e Médio.
A partir dessa avaliação, que é conduzida
pela própria escola, com orientação da equipe de Supervisão da Diretoria
de Ensino, serão oferecidos aos alunos com defasagem na aprendizagem
estudos de recuperação, a serem estruturados de acordo com as condições
de cada unidade. “O importante é que a recuperação aconteça”, diz o
secretário.
Amplamente apoiada por representantes de
professores, diretores, supervisores e servidores da rede estadual nas
reuniões regionais que têm sido realizadas pelo secretário, a iniciativa
do Governo do Estado visa reorganizar os ciclos de aprendizagem de
progressão continuada do Ensino Fundamental da seguinte forma:
• Ciclo I: duração de três anos (para alunos de 6 a 8 anos de idade);
• Ciclo II: duração de dois anos (9 a 10 anos de idade); e
• Ciclo III: duração de quatro anos (11 a 14 anos de idade).
Ao final de cada Ciclo de Aprendizagem, os
alunos que ainda apresentarem defasagens de conteúdos serão encaminhados
para o reforço intensivo de aprendizagem, em salas especiais que
contarão com professores especialmente qualificados e materiais
didáticos específicos.
Outra proposta em discussão com a rede é a
criação da figura do “professor de apoio”, que deve transitar entre
diversas classes para melhorar o aproveitamento dos estudantes. Também
tem sido debatida com os representantes do magistério a proposta de que,
sempre que possível, o mesmo professor acompanhe a turma ao longo de
todo o ciclo.
Níveis de desempenho
A distribuição dos alunos pelos níveis de
desempenho apresentou melhoria na 5ª série do Ensino Fundamental de 2009
para 2010. Os estudantes com desempenho Insuficiente passaram de 20,9%,
em 2009, para 19,8% em Língua Portuguesa, e de 30,3% para 29% em
Matemática. Aqueles com desempenho Suficiente passaram de 68,8% para
70,4% em Língua Portuguesa e de 63,3% para 62,7% em Matemática. Os
discentes que apresentaram nível Avançado passaram de 10,3% para 9,8% em
Língua Portuguesa, e de 6,3% para 8,2% em Matemática.
Na 9ª série do Ensino Fundamental, os alunos
com desempenho Insuficiente passaram de 22,5% para 28,4% em Língua
Portuguesa, e de 27,6% para 34,9% em Matemática. Os que mostraram
desempenho Suficiente passaram de 75,5% para 69,8% em Língua Portuguesa,
e de 71,2% para 64,3% em Matemática. Já aqueles que corresponderam ao
nível Avançado passaram de 2,3% para 1,7% em Língua Portuguesa, e de
1,2% para 0,8% em Matemática.
Já na 3ª série do Ensino Médio, os alunos com
desempenho Insuficiente passaram de 29,5% para 37,9% em Língua
Portuguesa, e de 58,3% para 57,7% em Matemática. Os estudantes com
resultado Suficiente passaram de 69,8% para 61,6% em Língua Portuguesa, e
de 41,2% para 42% em Matemática. Os “Avançados” oscilaram de 0,7% para
0,6% em Língua Portuguesa, e de 0,5% para 0,3% em Matemática.
Bônus
Até o dia 31 deste mês será pago o Bônus por
Resultado, que é baseado nos resultados do Idesp por escola. O Bônus é
proporcional ao resultado da unidade de ensino, e prevê, para metas
alcançadas em 100%, o pagamento de 2,4 salários médios (ou 20% da soma
da remuneração mensal total durante o ano anterior) para as equipes.
Proporcionalmente, para escolas que atingem um determinado percentual de
sua meta, o pagamento do adicional será correspondente ao mesmo
percentual aplicado a 2,4 salários médios. Por exemplo, para o
cumprimento de 50% da meta corresponde um bônus de 50% de 2,4 salários
médios, que equivale a 1,2 salário médio.
Para os casos de superação de metas, as
unidades de ensino recebem bonificação ainda maior. Ao ultrapassar em
20% ou mais suas metas, as escolas ganham, além dos 2,4 salários
correspondentes a 100% da meta, mais cerca de meio salário, perfazendo
um bônus total de 2,9 salários. Isso equivale ao décimo quarto, décimo
quinto e décimo sexto salários anuais. O Bônus por Resultado é afetado
por faltas dos profissionais. Para receber o bônus, os professores devem
ter atuado, no mínimo, em dois terços do ano. Ou seja, devem ter
trabalhado pelo menos 244 dias.
Neste ano, o bônus será pago para as equipes
de 3.591 unidades (70,9% do total de 5.065), mas 1.474 (29,1%) não o
receberão. Em 2010, foram contempladas 4.659 (90,1% do total de 5.169),
contra 510 (9,9%) que deixaram de receber. A relação das escolas com
seus respectivos índices de desempenho será divulgada nos próximos dias.
Mais 25 mil professores
Anunciada em fevereiro pelo Governador
Geraldo Alckmin, a contratação de 25 mil novos professores é a maior
realizada na rede estadual desde 1999. Serão chamados candidatos
aprovados no concurso realizado em março de 2010. Os novos docentes
deverão ingressar na Escola de Formação de Professores em julho e os
aprovados serão nomeados no final de 2011. “Não há educação de qualidade
sem professor motivado e preparado”, diz o secretário. “Nossa
prioridade é valorizar o professor e ganhar o seu compromisso com a
qualidade da educação”, conclui.
A contratação dos novos docentes deverá
preencher as vagas atualmente ocupadas por professores não efetivos, que
hoje são quase 27 mil em toda a rede. “ Não há como dissociar essa
variação negativa do Saresp de 2009 para 2010 da necessidade de mais
professores efetivos na rede estadual. A rotatividade de professores é
prejudicial ao aprendizado dos alunos. A contratação permitirá que as
escolas tenham número maior de professores fixos, melhorando a qualidade
do ensino na rede”, diz o professor Herman.
Fonte de anexo: http://www.educacao.sp.gov.br/