Primeira reunião do ciclo de debates, realizada em Guarulhos,
reuniu professores e profissionais envolvidos no processo de
alfabetização na região para debater reestruturação do
Ensino Fundamental e Médio
Está para começar a quarta reunião do
secretário de Estado da Educação, professor Herman Voorwald, com 400
representantes de servidores da Educação. A série de encontros com
profissionais da rede estadual de educação tem o objetivo de debater a
proposta de Reorganização dos Ensinos Fundamental e Médio. Ao longo do
dia, o secretário terá apresentado o modelo a cerca de 1600 integrantes
das categorias dos professores, diretores de escolas e de supervisores
das regiões de Guarulhos (Norte e Sul), Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes
e Suzano. Pela manhã, o debate contou com a presença de professores e
dirigentes de ensino.
“Sabemos que é uma missão praticamente
impossível falar com todos os servidores da rede, mas temos o
compromisso de visitar todos os pólos do Estado e ouvir o maior número
possível de educadores. A diretriz dessa gestão é envolver as pessoas e
consolidar democraticamente a política educacional no Estado. Educação é
isso: traçar uma estratégia, dialogar e trabalhar coletivamente para
chegar aos objetivos traçados", destacou o secretário de Estado da
Educação, professor Herman Voorwald.
Todas as regiões do Estado serão visitadas. O
objetivo principal dos encontros é apresentar ideias e, principalmente,
ouvir as sugestões e colher contribuições dos educadores da rede, para
melhorar a educação de São Paulo.
Reorganização dos ciclos de progressão continuada
A proposta apresentada pela Secretaria de
Estado da Educação visa alterar o atual modelo de progressão continuada
de forma a permitir que os alunos aprendam os conteúdos sem sofrer
defasagem no ensino. Para isso, são considerados pontos fundamentais
como a avaliação contínua e a recuperação constante por meio de aulas de
reforço durante o ano letivo.
“A questão da avaliação é mais importante que
os ciclos, sejam eles quais forem. Diagnosticar e permitir um modelo de
recuperação contínua dos conteúdos que o aluno não adquiriu no decorrer
do ano é a maneira correta de garantir a formação, mas um desafio
imenso em uma rede tão grande quanto a do Estado de São Paulo”, diz o
secretário adjunto de Educação, João Cardoso Palma Filho.
No modelo apresentado pela SEE, seria
realizada a reorganização dos ciclos de progressão continuada do Ensino
Fundamental em três, sendo o primeiro com duração de três anos (para
alunos com 6, 7 e 8 anos de idade); o segundo com duração de dois anos
(9 e 10 anos de idade) e o terceiro com quatro anos de duração (11 aos
14 anos de idade).
Com a reorganização, ao final de cada
bimestre será realizada uma avaliação do aprendizado conduzida pela
própria escola, com orientação da equipe de Supervisão da Diretoria de
Ensino. Aos alunos com defasagem no aprendizado, serão obrigatoriamente
oferecidos estudos de recuperação, a serem estruturados de acordo com as
condições de cada escola.
A recuperação pode ocorrer no contraturno
escolar nas unidades de ensino em que houver salas disponíveis. Nas
escolas sem disponibilidade de espaço, elas podem ocorrer em períodos
previamente agendados: uma das propostas prevê, para estes casos, uma
pausa no ciclo regular de aulas (que pode ser de uma semana) para que os
alunos com dificuldade de aprendizado realizem as aulas de recuperação
dos conteúdos. Neste caso, aos alunos que tiverem desempenho adequado
serão oferecidas oportunidades de diversificação curricular.
"Alguns dos pontos críticos no processo de
recuperação do aprendizado dos alunos em defasagem é exatamente a falta
de espaços físicos, assim como a mobilidade de corpo docente, que devem
ser solucionados com a implantação do modelo sugerido", acredita.
Reforço escolar
Outra ideia em discussão é a criação de
escolas-pólos para atividades de reforço escolar, que receberiam alunos
de escolas vizinhas. Nesse caso, seria oferecido também o transporte
escolar. “São todas ideias que queremos discutir, democraticamente, em
reuniões em todo o estado, até encontrarmos o melhor modelo para
aperfeiçoar a progressão continuada”, diz o secretário da educação. “A
proposta pedagógica de cada escola poderá criar outros mecanismos para
oferta de estudos de recuperação. O importante é que eles aconteçam”,
completa Herman Voorwald.
Ao final de cada ciclo de aprendizagem, os
alunos que ainda apresentarem defasagens de conteúdos serão encaminhados
para o reforço intensivo de aprendizagem, em salas especiais que
contarão com professores especialmente qualificados e materiais
didáticos específicos. Outra proposta é a criação da figura do
“professor de apoio”, que transite entre diversas classes para melhorar o
aproveitamento dos alunos.
A escola poderá entender, ao final dos
esforços de recuperação, que o estudante com defasagem pode ser
matriculado no ciclo seguinte, desde que no contraturno, para que curse
obrigatoriamente os conteúdos para os quais foi considerado em
defasagem. Não havendo essa possibilidade, o aluno será considerado
retido. Outra proposta da Secretaria é que, sempre que possível, o mesmo
professor acompanhe a turma ao longo de todo o ciclo.
Participação dos professores
Representante dos professores no encontro,
Claudia Cristina Mario dos Santos, da Escola Estadual Vila Ercilia
Algarve, da região de Itaquaquecetuba, acredita que o modelo altera o
formato atual, mais próximo a um modelo de aprovação automática, para
dar forma a um programa que gere de fato a progressão continuada.
"Acreditamos que os alunos podem aprender em
ciclos contínuos e não queremos aprovar automaticamente um aluno que não
aprendeu. Permitir que ele desenvolva conhecimentos, mesmo que em
ciclos progressivos, também é objetivo dos professores comprometidos com
o ensino público paulista".
Durante a reunião, Claudia apresentou um
documento formulado a partir de sugestões de educadores das Diretorias
de Ensino da Região Metropolitana. Nele, os professores opinaram sobre
quais programas e projetos têm dado mais certo na rede, quais precisam
ser melhorados e sugeriram mudanças. A expansão de programas como o Ler e
Escrever e São Paulo Faz Escola, além do Cultura é Currículo, Escola da
Família e Acessa Escola, todos bastante elogiados, ganhou destaque.
Além disso, propostas de revisão salarial, plano de carreira e
valorização foram discutidos. O documento será encaminhado para a
Secretaria de Educação e debatido também com a participação da rede.
Fonte de anexo: http://www.educacao.sp.gov.br/